Em 2024 eu participei da 4ª edição da Mostra de Arte das Helenas tem como tema "Pluralidade da Mulher Brasileira", realizada pela Revista Helenas, tendo como curadora Julia Yuri Landim Goya, com apoio da Secretaria Municipal da Cultura de Bauru. Júlia Yuri Landim Goya é designer e artesã da cidade de Bauru que trabalha com Metodologias Ágeis de Inovação e Processos Maker fundamentados em Empreendedorismo Feminino e Design Social. Atua também em sua marca Juju à Mão (@jujuamao) e no Projeto Crisálida (@crisalidabauru).
A ideia desta edição foi mostrar nossa diversidade, nossa potência como mulheres e o que nos une como latinas já que constantemente somos empurradas dentro de estereótipos por visões externas e preconceituosas tais como: padronização de nossos corpos, mercantilização do conceito de brasilidade e até a apropriação dos limites do que é ou não considerado belo.
Na série de bordados que inscrevi para a III Exposição de Arte das Helenas trabalhei a aceitação do meu corpo e da natureza dos corpos femininos através do questionamento a respeito da depilação. A série Corpo Manifesto nasceu da minha vontade de expressar um questionamento a respeito da imposição estética a que estamos sujeitas, principalmente através da depilação. A quem serve e para quê? Mulheres adultas têm pelos, não há vergonha nisso e não deve haver regra que nos obrigue a tirá-los.
Amazonas
Amazonas é sobre a pressão estética da sociedade sobre as mulheres. Fiz este bordado pensando na mãe de uma amiga que morreu de câncer de mama há alguns anos atrás. Ela não queria retirar o seio porque se sentiria menos feminina. No momento em que ela mais precisava cuidar de sua saúde, a necessidade de seguir um ideal do que é ser uma mulher perante a sociedade piorou o sua saúde mental e emocional. Os padrões que ditam o que é ser uma mulher, o que é ser feminina e bonita ditam qual o tamanho, formato e cor ideal de todos os detalhes dos nossos corpos.